Cultura Otaku
A pirataria está OK por enquanto”, diz a editora
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Akira Kanaieditor do mangá de sucesso “Saga Vinland“recentemente compartilhou suas ideias sobre a importância do intercâmbio global na indústria de mangás e a controvérsia da pirataria.
Kanai considera o intercâmbio global fundamental para a mídia mangá. Embora a gerência da Kodansha, editora responsável por “Vinland Saga”, acredite que o declínio da população infantil no Japão e a redução do mercado doméstico sejam motivos suficientes para a expansão internacional, Kanai não concorda totalmente. “Acho vergonhoso expandir para o exterior só porque o mercado doméstico está encolhendo.“, comentou Kanai. “É a mesma coisa em todo o mundo; a taxa de natalidade está diminuindo em geral, exceto na África e na Índia.“.
Graças aos avanços da tecnologia digital, Kanai reconhece que agora é muito mais fácil para as pessoas de todo o mundo acessar os mangás japoneses. “Fico feliz que as pessoas que acham os mangás japoneses interessantes estejam entrando em contato conosco cada vez mais, e que os fãs estejam lendo-os, quer vivam no Brasil, na Antártica, no Tibete ou no Quênia.disse ele.
Sobre a pirataria, Kanai admite uma posição um tanto controversa. “Seria ótimo se eles não apenas lessem cópias piratas ilegais, mas pagassem um pouco por elas. Mas se eles não tiverem dinheiro e houver muitas cópias piratas, acho que a pirataria é boa por enquanto – eu poderia ser morto por um membro do conselho por dizer isso agora.,” brincou Kanai. “Primeiro, é importante ler o mangá.” Kanai acredita que somente quando o mangá é acessível é possível que autores de outros países enviem seus trabalhos para editoras japonesas, promovendo um intercâmbio cultural e criativo mais amplo.
Kanai conclui que a expansão para o mercado externo não deve se basear apenas no encolhimento do mercado japonês, mas no desejo de compartilhar e apreciar o mangá em uma comunidade global. “A ideia de que as editoras japonesas ficarão mais pobres se não se expandirem para o exterior é patética e deve ser abandonada. Agora que é possível ler e desenhar mangás no exterior, espero que a comunidade de fãs de mangás cresça, não importa de onde venham ou que religião pratiquem..”
Em suma, Akira Kanai defende a globalização do mangá não por necessidade econômica, mas pelo prazer e pela diversidade que traz à comunidade de fãs e criadores.
Fonte: Paixão por Mangá