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Autor de No Game No Life critica Brasil
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Yuu Kamiya, conhecido por seu trabalho como autor da popular novela leve e franquia de anime “Sem jogo, sem vida“, virou tendência nas redes sociais após compartilhar em sua conta oficial no Twitter uma reflexão sobre a realidade do Brasilespecificamente em relação às suas altas taxas de criminalidade.
O autor, cujo nome verdadeiro é Thiago Furukawa Lucas, nasceu no Brasil, passou parte da infância nos Estados Unidos e mudou-se aos 7 anos para o Japão, onde reside atualmente. Apesar de ter passado grande parte de sua vida fora de seu país natal, Kamiya mantém a nacionalidade brasileira, o que lhe permite ter uma perspectiva única sobre a situação em seu país natal.
No tweet que rapidamente se tornou viral, Kamiya compartilhou uma experiência pessoal que viveu com sua esposa durante uma viagem ao Brasil:
- «Quando fomos ao Brasil com minha esposa, eu disse a ela: 'Estamos prestes a chegar ao aeroporto no Brasil. Vista as roupas mais antigas que preparamos. Tire todos os relógios e acessórios. Ele carrega três carteiras, duas delas consideramos perdidas caso nos roubem. E não fale japonês até chegarmos ao carro. Não solte minha mão.' Ela olhou para mim e perguntou: 'Que tipo de país é este?' Eu respondi: 'É um país com uma taxa de criminalidade 102 vezes superior à do Japão.'».
O autor continuou descrevendo a situação: «Não use seu iPhone ou Apple Watch fora de casa, eles são vendidos por um bom preço e os modelos mais recentes são roubados como mágica. Minha esposa disse: 'Ah, é por isso que você está carregando esse Android barato e velho…' Pelo menos era assim há cinco anos. Não sei se melhorou, mas duvido…»
Em outra parte do tópico, Kamiya mencionou o impacto que os sons dos tiros tiveram em sua esposa durante a estadia em São Paulo, o que gerou uma discussão sobre segurança na cidade: “Minha esposa me perguntou se eles fazem fogos de artifício com tanta frequência em São Paulo, já que ela os ouvia todos os dias. Eu tive que dizer a ele que na verdade eram tiros.».
No entanto, o autor também quis qualificar os seus comentários para evitar que fossem percebidos como uma crítica total ao seu país de origem: «Não quero que isto pareça que estou a fazer uma campanha negativa contra o meu país. É verdade que a segurança no Brasil é um problema, mas depende do local. Existem áreas seguras (embora não tão seguras quanto o Japão), a comida é deliciosa e há muita coisa boa. Pessoalmente gosto da atitude descontraída e despreocupada dos brasileiros, embora também possa ser um tanto negativa».
A publicação de Kamiya gerou rapidamente uma onda de reações nas redes sociais, principalmente de internautas japoneses:
- «Décadas atrás, o Brasil já era perigoso. O guia nos disse no Rio: ‘Aqui não há lugares seguros, só há áreas perigosas, muito perigosas e extremamente perigosas’».
- «Aliás, os japoneses são considerados ricos, e quando um morador foi agredido, lhe disseram: ‘Se você é japonês, deveria ter mais dinheiro’ e até recebeu uma reprimenda».
- «Ao ouvir isso, o Brasil parece assustador, mas entre todos os países que visitei, é o meu favorito. Na verdade, gosto mais de lá do que do Japão e até consideraria morar lá permanentemente porque é um país cheio de charme».
- «Isto é totalmente verdade. Um brasileiro que trabalhava na minha empresa foi agredido e assassinado quando voltava ao seu país porque andava na rua bem vestido. Se você viajar para lá, não se empolgue muito com suas roupas da moda, é melhor parecer que não tem dinheiro. Além disso, quando você for para os Estados Unidos, você deve levar US$ 30 em dinheiro solto no bolso».
- «Meu irmão, que morava no Alabama, voltou com sapatos rasgados, camiseta e shorts surrados, dizendo: 'Só gays se vestem bem'. Mas depois de um tempo, ele percebeu: 'Quando voltei ao Japão e vi as pessoas, percebi que as roupas de um caipira comum lá eram quase do nível de um vagabundo.».
- «Um exemplo fácil de entender: no Japão, a taxa de homicídios é de 0,23 pessoas por 100 mil habitantes por ano. No Brasil são 20 pessoas. Numa cidade de um milhão de habitantes no Japão, ocorreriam dois homicídios por ano, enquanto no Brasil seriam quatro por semana. Claro que isso é uma média, existem locais mais seguros e outros mais perigosos. Aliás, na África do Sul são 45 pessoas, mais de um homicídio por dia».
- «Há cerca de 20 anos, a mãe de uma amiga brasileira que morava conosco foi agredida e espancada quando retornou temporariamente ao Brasil. Além disso, um membro da família perdeu um braço em um sequestro de ônibus… Achei que era um país feliz e com gente tranquila, mas percebi que na verdade é muito perigoso».
Fonte: Otakomu